segunda-feira, 11 de abril de 2011

Massacre de uma sociedade

Como quase sempre, colocamos a tranca após a porta ter sido arrombada. Até quando vamos ter que conviver com esse tipo de mentalidade? Será que no dicionário das pessoas o conteúdo é igual ao que uso? O meu tem a palavra prevenção.

Prevenção:
s. f.
1. Ato! ou efeito de prevenir.
2. Opinião que se tem de alguém ou de alguma coisa antes de examinar.
3. Aviso prévio.
4. Precaução.

No caso inominável e estarrecedor das crianças mortas no Rio de Janeiro, além da dor de seus familiares que nenhuma indignação, nenhum especialista, nenhum governo conseguirá chegar se quer perto da realidade, venho levantar uma necessidade urgente. Precisamos levar a sério a postura e conduta da ação preventiva.

Sem exceção, todos os canais de televisão estão trazendo especialistas da área da pisque. Psiquiatras Forenses, Psicólogos, Analistas tentando explicar a mente do assassino. Termos técnicos, incompreensíveis para a maioria da população onde o entendimento da doença mental irá satisfazer somente as mentes inquietas dos intelectuais e pouco irá servir como informação para populares como já deveria ter sido feito desde sempre e não somente em tragédias ou impropérios de algumas celebridades quando saem pela sociedade roubando gravadas de grife, vaso de cemitério ou cometem suicídio a título da patologia. Além de tratar-se de um desserviço á sociedade, perpetuam o preconceito.

Esse homem que cometeu essa atrocidade por acaso tornou-se doente do dia 06 de abril ao dia 07 de Abril? Estaríamos falando de um surto? Não. Os especialistas estão rotulando como um esquizofrênico, portanto, as pessoas que tinham convivência com ele; familiares, a própria escola, onde estudou por 9 anos se tivessem conhecimento sobre os problemas mentais que os humanos estão sujeitos como é feito com outras doenças como a diabetes, hipertensão tudo não teria sido diferente?
 
 Essa pessoa NUNCA surtou, nunca parou em um atendimento de emergência de um hospital? E a psicóloga que o atendeu, qual foi o diagnóstico na época? Onde está a responsabilidade de todos, na mídia com seus mega super maravilhosos especialistas? Por acaso não sabemos como está à saúde do nosso País? Por acaso não sabemos como está o atendimento nos CAPS? Qual a probabilidade de várias pessoas terem observado que essa pessoa estava precisando de tratamento e controle? Entenderia como resposta a essa pergunta: ”Nunca observamos porque era um psicopata”. Agora um esquizofrênico? IMPOSSÍVEL!

Falta muita responsabilidade realmente no que se fala por ai. Na luta dos holofotes, especialistas estão fazendo de tudo, inclusive esquecendo que por estatística e observação clínica e o CID, os esquizofrênicos raramente são violentos muito menos criminosos muito pelo contrário. Encontramos algo parecido no SURTO no tocante á violência e o que não foi o caso desse homem. Existem alucinações, sim! Agora, esse homem estava com alucinação permanente e NINGUÉM viu? Faça o favor.

Será que foi pensado no estrago que está sendo feito nas cabeças dos portadores de esquizofrenia e outras patologias da mente como nas pessoas com transtorno de ansiedade que o medo do descontrole é uma constante?
 
Tudo isso é muito lamentável.

Queria agradecer os especialistas que estão proporcionando aos que verdadeiramente tratam de GENTE pelo trabalho dobrado que estão dando com as suas explicações capengas, sensacionalistas e de purpurina.
Meu apelo aos canais de televisão. Procurem abordar mais as doenças mentais como informação a população e não somente nos casos de tragédias. Exerçam a real função dos senhores. Nem tudo é cirurgia plástica, silicone e culinária.

Deixo aqui meu mais profundo pesar aos familiares das crianças. A dor é de vocês e a vergonha é nossa.

Lucila Turrini – Terapeuta Holística-CRTH-BR 0444
www.lucilaturrini.com.br

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